O equipamento permite a injeção automática de oxigênio no lixo orgânico,
dentro da usina, favorecendo a proliferação de microrganismos que decompõem os
resíduos até chegar ao adubo.
Além de proporcionar um composto barato, natural, sem aditivos químicos, de alto valor nutritivo para as plantas – atestado pelo Ministério da Agricultura –, o sistema significa uma solução menos poluente para o destino do lixo doméstico e comercial, um problema sério enfrentado por centros urbanos.
Além de proporcionar um composto barato, natural, sem aditivos químicos, de alto valor nutritivo para as plantas – atestado pelo Ministério da Agricultura –, o sistema significa uma solução menos poluente para o destino do lixo doméstico e comercial, um problema sério enfrentado por centros urbanos.
“A matéria orgânica representa, em geral, 65% do peso do lixo que chega
às usinas de reciclagem e compostagem. Esse material é altamente poluente, pois
gera o chorume, líquido resultante da decomposição da matéria orgânica,
caracterizado pelo mau cheiro e por ser rico em microrganismos patogênicos”,
explica Renato Vasconcellos, sócio-gerente da Inspector. É sobre esse material
que o equipamento desenvolvido pela empresa, em parceria com a Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), vai atuar.
Na usina, o lixo passa por uma esteira, onde catadores separam materiais
recicláveis – vidro, papel, garrafas, plástico etc – e não-recicláveis, como
fraldas descartáveis, sapatos e utensílios metálicos. No final do processo de
triagem, permanece na esteira apenas a matéria orgânica, que não oferece renda para
o catador pois não é revendida. Esse material é triturado e recolhido para as
baias de compostagem, um local coberto, impermeabilizado, onde fica em repouso.
Por baixo das baias,
há uma rede de tubulação que injeta oxigênio na matéria orgânica. A idéia é
favorecer a proliferação de microrganismos aeróbicos (que precisam de oxigênio
para sobreviver), que vão digerir os resíduos, decompondo-os até transformá-los
em húmus. “É como se fosse uma verdadeira fazenda de microrganismos, para a
produção de adubo”, explica Vasconcelos. A presença de oxigênio também serve
para matar os microrganismos anaeróbicos, que produzem o gás metano – 21 vezes
mais poluentes do que o gás carbônico desprendido pelos microrganismos
aeróbicos.
A Inspector Engenharia aperfeiçoou esse princípio, criando um protótipo
que automatiza a injeção de oxigênio e dispensa a atuação de um técnico. A
automação permite controlar de forma mais eficiente a quantidade de ar que está
sendo injetada em intervalos de tempo pré-definidos de acordo com as
necessidades dos microrganismos. “Se essa função fica a cargo de uma pessoa, a
atividade pára nos finais de semana e no fim do expediente, o que dificulta o
controle e compromete a qualidade do adubo final”, defende Vasconcelos.
A empresa, com ajuda da PUC-Rio, também está em fase de finalização de
uma sonda que vai monitorar, paralelamente, a temperatura, umidade e pH do
material orgânico. “O processo de decomposição gera calor. Se a temperatura se
elevar acima de um determinado nível, os microrganismos morrem e a decomposição
fica comprometida. Também é necessário acompanhar a umidade, pois se o ambiente
fica muito seco, os microrganismos não se proliferam”, explica Vasconcelos.
O engenheiro ressalta que o aperfeiçoamento de usinas de compostagem
permite reduzir a destinação de lixo a aterros sanitários e lixões a céu
aberto, responsáveis pela contaminação do solo e de lençóis freáticos, mau
cheiro e emissão de gases tóxicos. Mas as vantagens proporcionadas pelas usinas
à população não se restringem ao âmbito ambiental. De acordo com Vasconcelos,
as usinas geram dois empregos sociais para cada mil habitantes, nos municípios
em que estão instaladas. “Também é possível abrir as fábricas à visita de
escolas, para que os alunos ganhem consciência ambiental e a transmitam para
seus pais”.
A Bacia de Evapotranspiração, conhecida
popularmente como “fossa de bananeiras”, é um sistema fechado de
tratamento de água negra, aquela usada na descarga de sanitários
convencionais.
Este sistema não gera nenhum efluente e evita a poluição do
solo, das águas superficiais e do lençol freático. Nele os resíduos
humanos são transformados em nutrientes para plantas e a água só sai por
evaporação, portanto completamente limpa. A Fossa Ecológica (Bio-séptica) possui a vantagem da reutilização de lixo (pneu e entulhos de obras). Lembrando que, a mesma deve ser construída em lugares ensolarados, e deve tratar só águas negras (sanitário). As demais, provenientes de pias e chuveiros, devem ir para outro sistema de tratamento, conforme recomendação da ABNT.
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